A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou, na quarta-feira (14/08), a Mpox (antiga varíola dos macacos) como uma emergência internacional de saúde pública, seu maior nível de alerta, em decorrência do avanço da Mpox em países africanos e da identificação de uma nova cepa mais grave do vírus.
A Mpox (antiga varíola dos macacos) é uma zoonose silvestre, ou seja, um vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos – o que ocorre geralmente em regiões florestais da África Central e Ocidental.
A doença foi registrada pela primeira vez em 1958, na Dinamarca. O primeiro caso em humanos apenas foi registrado em 1970, na República Democrática do Congo. Desde então, a doença foi relatada em pessoas em outros países da África Ocidental e Central, onde agora é considerada endêmica.
Transmissão e sintomas
A Doença pode ser transmitida por contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis.
A varíola dos macacos pode se propagar de uma pessoa para outra através de contato físico próximo, incluindo o contato sexual. Atualmente não se sabe se a varíola dos macacos é transmitida por vias de transmissão sexual (sêmen ou fluidos vaginais, por exemplo), mas o contato direto da pele com a pele com lesões durante a atividade sexual pode propagar o vírus.
O intervalo entre o primeiro contato com o vírus até o início dos sinais e sintomas (período de incubação) é tipicamente de 3 a 16 dias, mas pode chegar a 21 dias.
Os sintomas são: febre, calafrios, linfonodos aumentados, dores no corpo e cabeça, e erupções na pele (as crostas das erupções desaparecem, e a pessoa doente deixa de transmitir o vírus).
As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas, que secam e caem. O número de lesões varia.
As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, olhos, órgãos genitais e no ânus.
Como se prevenir?
· Residentes e viajantes de países endêmicos devem evitar o contato com animais doentes (vivos ou mortos – roedores, marsupiais e primatas) e devem abster-se de comer ou manusear caça selvagem.
· Higienizar as mãos com água e sabão ou álcool gel são importantes para evitar a exposição ao vírus;
· Evitar contato com pessoas infectadas;
· Não usar objetos de pessoas contaminadas e com lesões na pele (roupas, lençóis, travesseiros, fone de ouvido, óculos);
· Não compartilhar objetos e ferramentas de trabalho (computador, fone, teclado, mouse);
· Evitar aglomeração; e
· Uso de máscaras (proteção contra gotículas).
Tem vacina?
Historicamente, a vacinação contra a varíola comum mostrou ser protetora contra a varíola dos macacos. Embora, uma vacina e um tratamento específico tenham sido aprovados para a varíola, em 2019 e 2022, respectivamente.
A varíola dos macacos pode ser fatal?
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade de casos para o vírus da África Ocidental é de 3% a 6%, podendo
chegar a 10% para o vírus da Bacia do Congo. É importante ficar atento(a): crianças, mulheres grávidas e imuno suprimidos podem apresentar maior risco de complicações que levam à mortalidade.
O que fazer se eu apresentar sinais e sintomas?
Se você identificar sinais e sintomas ou teve contato próximo com alguém infectado com a varíola dos macacos, entre em contato com seu profissional de saúde para aconselhamento, avaliação e assistência médica.
Se possível, isole-se e evite o contato próximo com outras pessoas. Lave as mãos regularmente e adote as medidas listadas acima para proteger os outros da infecção. O profissional de saúde coletará uma amostra e a analisará para oferecer a atenção que você precisa.
Para maiores informações, consulte: OPAS – Organização Pan-Americana de Saúde. Acesso realizado em: 15/08/2024, disponível em: <ttps://www.paho.org/pt/mpox-variola-dos-macacos-perguntas-e-respostas>
Autor: Djalma Carlos Abritta de Oliveira